Contient le terme : L’écrivain & la cinéaste

L’écrivain & la cinéaste – v3

Réécriture partielle de la nouvelle L’écrivain & la cinéaste.

Version 1 : décembre 2020
Version 3 : février 2024

Illustration de la nouvelle « L’écrivain & la cinéaste »

Pitch :

Dans un bar de quartier parisien, un homme est en train de noircir des feuilles de textes. Soudain, une jeune femme l’aborde et lui demande s’il est écrivain. La conversation s’engage…

 

O escritor e a realizadora

La version traduite en portugais de la nouvelle L’écrivain & la cinéaste est désormais disponible sous le titre : O escritor e a realizadora. Traduction de Andreia Frazão.

Extrait :

Em determinados domingos à tarde, gosto de ir matar o tempo a um bar do bairro, que não fica muito longe de minha casa. Observo as pessoas na rua e escrevo. Escrevo um pouco sobre tudo, mas principalmente sobre as relações humanas. Inspiro-me nos fragmentos das vidas dos indivíduos que ouço falar; tomo nota dos gestos, bem como dos tiques deles. Também retiro elementos dramatúrgicos das vidas dos meus amigos ou de experiências que vivi. Nos últimos anos, escrever tornou-se-me indispensável. Um dia, sem aviso prévio, a escrita apresentou-se-me como uma escapatória à esterilidade que reconhecia na nossa sociedade contemporânea – que tomarei a liberdade de caracterizar como ansiogénica e doente – que, de vez em quando, só me dava uma inefável vontade de fugir para o outro lado do mundo, para me esconder algures por lá, longe de tudo, ao abrigo de constrangimentos e de contradições, de pessoas simples que estão satisfeitas com uma vida humilde e modesta.

Ao entrar no bar, reparei numa boneca de cabelo loiro fulvo, que estava sentada a um canto. Muitos tipos pareciam estar a olhar lascivamente na direção dela. À frente dela, estava uma mesa, que fixei imediatamente, para me sentar lá.

Passei pela garina, contemplando-a durante algum tempo, e segui em frente, admirando de passagem o seu decote generoso. Estava absorvida pelo telemóvel, a enviar mensagens sobre não sei o quê a não sei quem. Sobre a mesa, repousava, entreaberta, uma grande mala de mão de um amarelo berrante. Conseguia ver a confusão que estava no interior da mesma. Ao lado da referida mala, estava um copo de vinho branco e várias faturas respeitantes ao consumo no bar, que estavam à espera de ser liquidadas, e que se amontoavam sob um cinzeiro metálico. A menina bonita parecia ter feito muitos pedidos. Quando pus o meu casaco nas costas da cadeira, que estava diante dela, deitou-me um olhar furtivo; tinha um ar distraído e de quem não faz caso de nenhum aspeto da minha presença; depois, voltou a mergulhar a cabeça no smartphone, e agitou novamente os dois polegares, um após o outro, sobre o ecrã tátil.

Sentei-me de costas para ela. Tirei da mochila um bloco de notas de formato A4 e uma esferográfica. De onde eu estava sentado, conseguia contemplar a multidão de transeuntes que circulava na rua – a matéria-prima para os meus textos.

Tive uma inspiração e comecei a alinhar algumas palavras. As frases foram-se formando pouco a pouco, os parágrafos foram-se sucedendo, as páginas em branco foram enegrecendo. Estava com um bom embalo; tinha de reconhecer que nem sempre era assim.

Após algum tempo, num desses momentos de reflexão que são intrínsecos a qualquer escritor, ouvi um «ei!» procedente do lugar de trás. Recuperei a consciência, afastei os meus pensamentos – por uns instantes, pelo menos – e virei a cabeça.

«O que é que estás a escrever? És escritor?», perguntou-me a bela loira em quem eu tinha reparado quando cheguei.

Desta vez, estava a olhar fixamente para mim, diretamente nos olhos, e tencionava meter conversa.

Respondi-lhe com um sim fraquinho, perturbado pela sua aura deslumbrante. Tinha acabado de me enfeitiçar com os seus olhos verdes esmeralda.

«Sim, o quê? És escritor, é isso?», perguntou-me ela com um tom veemente.

Para conseguir encará-la melhor, virei-me ainda mais, encostado às costas da cadeira em que estava sentado.

«Sim, é isso. Estou a trabalhar num romance.»

Assim que acabei de dizer esta frase, vi as pupilas da miúda começarem a cintilar. Levantou-se de um salto, e pegou na bebida e na mala de mão. Com o movimento, a mala atingiu o cinzeiro, e as três faturas que estavam por pagar voaram para o chão. Pareceu-me que pensar em pagá-las era a menor das preocupações dela.

Deu alguns passos para se aproximar de mim e, neste momento, descobri uma bomba sexual de pequena estatura, com cerca de um metro e meio de altura. Os seus dois projéteis deviam flirtar o 95D, talvez um pouco mais. Depois de admirar a parte de cima, baixei a cabeça, para espreitar as coxas dela. A pequena saia azul pastel não ia além da zona do rabo. E que rabo! Um pedaço de mulher, com um rabo bem carnudo. Os longos cabelos loiros corriam-lhe até ao rabo. As pernas dela brilhavam. Exatamente o tipo de gaja com quem eu adoraria passar a noite.

«Adoro escritores. Têm tanta imaginação… Não te importas que me sente ao pé de ti? Estou aborrecida aqui sozinha. O meu ex está a chatear-me com SMS ridículas, nas quais se justifica por me ter deixado pendurada, e por não ter vindo ao nosso encontro. Que idiota! Juro-te, vocês, os homens… A sério, às vezes tenho dificuldade em perceber-vos. Enfim, não estou a falar de ti; nem sequer te conheço. Mas, em geral… Estamos a entender-nos, hã? Tu percebes.»

Estava hipnotizado, a ver a boazona a sentar-se à minha mesa, numa cadeira à minha frente, enquanto tagarelava uma torrente de palavras sem sentido. Não percebia nada do que me estava a acontecer.

O timbre da voz dela era agradável ao ouvido, tinha uma sonoridade muito suave, que contrastava com a energia com que esta mulher transbordava.

Então, conta-me tudo: estás a escrever sobre quê?»

A miúda loira estava a devorar-me com os seus grandes olhos verdes, como que fascinada. Os lábios dela brilhavam, e só pediam para ser beijados e chupados.

Sem sequer esperar que eu lhe explicasse do que se tratava a minha história, a miúda loira já estava inclinada por cima do meu ombro, a tentar decifrar o que eu tinha rabiscado na folha cheia de rasuras e setas em múltiplas direções, que serviam para ligar blocos de texto emoldurados e numerados.

 

El escritor & la cineasta

Après la version en espagnol [colombien], la version traduite en espagnol [castillan] de la nouvelle L’écrivain & la cinéaste est désormais disponible sous le titre : El escritor & la cineasta. Traduction de Francisco B. Anaya.

Extrait :

Hay domingos por la tarde que voy a matar el tiempo a un bar del barrio, no lejos de donde vivo. Allí observo a los transeúntes y escribo, un poco de todo, muy especialmente, sobre las relaciones humanas. Me inspiran fragmentos de vida de la gente que, al escucharla hablar, percibo sus ademanes y muletillas. Extraigo además el elemento dramático que mis amigos o yo mismo hemos experimentado. Desde hace unos años, escribir se ha convertido en algo imprescindible en mí. Un día, sin previo aviso, la escritura se me presentó, como subterfugio frente a la asepsia que yo concedí a nuestra sociedad actual —la cual catalogaría de provocar ansiedad y enfermedad—, que, sin saber explicar con palabras, ganas me daban de tanto en tanto huir al otro lado del mundo y ocultarme en algún lugar, lejos de todo, al amparo de opresiones y rebatimientos, rodeado de gente sencilla que se contenta con una vida humilde y modesta.

Hasta que, al entrar en el bar, me percaté de una nenita de pelo rubio amarillento sentada en un rincón. Unos chicos parecían mirarla de reojo. Frente a ella, una mesa libre, la cual elegí para sentarme sin más tardar.

Pasé junto a la chica, la miré un rato, avancé y admiré de pasada su desprendido escote. Su portátil la tenía absorta, enviando mensajes qué sé yo a quién. Sobre la mesa redonda, reposaba un gran bolso amarillo chillón medio abierto. Llegaba a apreciar todo el desorden en su interior. Junto a él presidía una copa de vino blanco y varias cuentas apiladas bajo un cenicero metalizado a la espera de ser pagadas.Parecía habérsele pasado a la guapa chavala los tantos pedidos. Al colocar mi chaqueta en el respaldo de la silla, me lanzó una miradita, airada y mofándose en cada punto de mi presencia, para luego sumergirse de nuevo en un teléfono móvil y sus dos pulgares de igual modo ajetreados uno tras otro sobre la pantalla táctil.

De espaldas a ella, tomé asiento. Saqué de mi mochila un bloc de notas a tamaño A4 y un bolígrafo. Desde donde yo estaba, llegaba a ver la multitud de viandantes que transitaban por la calle, materia prima para mis textos.

Inspiré profundamente y empecé a encadenar palabras. Lentamente iban dando forma las frases, los párrafos se sucedían, las páginas se tiznaban. Estaba de buen humor, si bien he de admitir que no siempre era así.

Al cabo de un rato, en uno de esos instantes de análisis intrínseco de todo escritor, oí un «eh» a mis espaldas. Recobré mis sentidos, ahuyentado mis pensamientos, al menos por un tiempo, y me di la vuelta.

— ¿Qué escribes? ¿Eres escritor? —me preguntó la guapa rubia en la que me había fijado cuando llegué.

Esta vez, me miraba fijamente, directa a los ojos y resuelta a entablar conversación.

Yo, aturdido por el deslumbre de su halo, le respondí con un sí mustio. Sus ojos verdes, me acababan de hechizar.

— ¿Qué, sí? Eres escritor, ¿cierto? —me preguntó con vehemencia.

Para encararla mejor, me giré más, acodado en el respaldo de la silla sobre la que me sentaba.

—Sí, así es. Estoy trabajando en una novela.

Acabando de proferir aquellas palabras, noté las pupilas de la tía empezar a centellear que, agarrando su vaso y bolso, se levantó de un brinco. En el movimiento, el bolso golpeó el cenicero y las tres comandas a pagar cayeron por los suelos. Me pareció que pensar en pagarlas fuese lo último de sus preocupaciones.

En ese instante, al dar unos pasos hacia mí, advertí una bomba sexual, pequeña de estatura, en un metro cincuenta. Ambos obuses debieron coquetear con el 95D, incluso algo más. Tras haber admirado la altura, agaché la cabeza para echar el ojo a sus muslos. Su corta falda azul claro no llegaba más abajo de su trasero. ¡Y qué culo!Un buen pedazo, bien carnoso. Sus largos cabellos rubios caían hasta sus nalgas. Sus piernas descollaban. Sin duda, la clase de tía con la que me placería pasar la noche.

 

De schrijver en de filmmaakster

La version traduite en néerlandais de la nouvelle L’écrivain & la cinéaste est désormais disponible sous le titre : De schrijver en de filmmaakster. Traduction de Maartje van Woensel.

Extrait :

Op sommige zondag middagen, breng ik de tijd door in een buurtcafé, niet ver van mijn huis vandaan. Ik kijk er naar de mensen op straat en ik schrijf. Ik schrijf over van alles, voornamelijk over menselijke relaties. Ik laat me inspireren door fragmenten uit het leven van individuen die ik hoor praten; ik noteer hun gebaren en ook hun gekke gewoontes. Ik put ook uit dramaturgische elementen van mijn vrienden of van ervaringen die ik heb beleefd. Sinds enkele jaren is schrijven noodzakelijk voor me geworden. Het schrijven presenteerde zich aan me, een dag zonder waarschuwing, als een uitvlucht tegenover de steriliteit die ik aan onze moderne samenleving toekende – die ik me permiteer als angstig en ziek af te schilderen – die, van tijd tot tijd, me een onuitspreekbare zin gaf te vluchten naar de andere kant van de wereld om me ergens te aarden, ver van alles, beschut tegen verplichtingen en tegenstrijdigheden, tussen simpele mensen die tevreden zijn met een nederig en bescheiden leven.

Op het moment dat ik het café binnen ging, zag ik een kleine jonge meid met goudgeel haar die aan een tafeltje in de hoek zat. Vele types leken haar kant uit te gluren. Voor haar was een tafeltje vrij, dat ik onmiddellijk uitkoos om me te installeren.

Ik kwam dicht bij haar in de buurt, bekeek haar een tijd, liep verder, ondertussen haar genereuze boezem bewonderend. Ze was verdiept in haar telefoon, aan het sms-en ik weet niet wat en ik weet niet met wie. Op het ronde tafeltje stond een grote opzichtige gele handtas, half open. Ik kon alle zooi erbinnen goed onderscheiden. Naast de zogenaamde tas stond een glas witte wijn en verscheidene bonnetjes van het café die nog betaald moesten worden, en die zich opstapelden onder een metalen asbak. De mooie meid leek vele bestellingen te hebben gemaakt. Ze keek me vluchtig aan, op het moment dat ik mijn jas op de stoelleuning van de stoel voor haar legde, ergens anders met haar gedachten en zich helemaal niks van mijn aanwezigheid aantrekkende, waarna ze haar hoofd weer over de smartphone boog en opnieuw de twee duimen één voor één haastig over het touchscreen bewoog.

Met mijn rug naar haar toe ging ik zitten. Ik haalde een pen en een kladblok in A4 formaat uit mijn rugzak. Vanaf mijn plek, kon ik de drukte van de voorbijgangers die in de straat liepen gadeslaan – bouwstof voor mijn teksten.

Ik ademde in en ik begon een paar woorden op een regel te zetten. De zinnen vormden zich beetje bij beetje, de paragrafen volgden elkaar op, de pagina’s werden zwart. Ik had een goed ritme; ik moest wel toegeven dat dat niet altijd zo geweest was.

Na een tijdje, op een van die intrinsieke beschouwende momenten die elk schrijver kent, hoorde ik een “hé!” die van achter mij vandaan kwam. Ik sloot mijn verstand af, verwijderde mijn gedachten – in ieder geval even -, en ik keek om.

“Wat schrijf je? Ben je schrijver?”, ondervroeg de mooie blondine die ik had opgemerkt tijdens mijn aankomst.

Ditmaal, keek ze me strak aan, recht in mijn ogen en was duidelijk van plan een gesprek te beginnen.

Ik gaf haar een zwak, ja, in de war door haar aura dat me verblinde. Met haar groene smaragd ogen, had ze me zojuist betoverd.

“Wat, ja? Ben je schrijver, klopt dat?” vroeg ze op een vurige toon.

Om een beter weerwoord te hebben, draaide ik me nog verder om, met mijn ellebogen leunend op de rugleuning van de stoel waar ik op zat.

 

The writer & the filmmaker • audiobook

La version traduite en anglais de L’écrivain & la cinéaste est désormais disponible en audiobook. Traduction de Kim Whatley et narration par Scott Sulak.

Extrait :

 

El escritor y la cineasta • audiobook

La version traduite en espagnol de L’écrivain & la cinéaste est désormais disponible en audiobook. Traduction de Eduardo Jiménez López et narration par Vanesa Gomez Paniza.

Audiobook El escritor y la cineasta

Extrait :

 

Писателот и синеастот

La version traduite en macédonien de la nouvelle L’écrivain & la cinéaste est désormais disponible sous le titre : Писателот и синеастот. Traduction de Maja Dojcinova Malinovska.

Extrait :

Ми се случува често во недела попладне да одам да дремам во еден локален бар, блиску до местото каде живеам.  Ги набљудувам луѓето на улица и пишувам. Пишувам  по малку за сè, но најчесто за односите меѓу луѓето. Добивам инспирација кога случајно ќе наслушам некоја интересна животна случка кога зборуваат; ги забележувам нивните гестови, како и нивните тикови. Исто така собирам драматуршки елементи и од моите лични искуства како и од оние  на моите пријатели. Последниве неколку години, пишувањето стана мојот живот.

Се појави како непоканет гостин, наеднаш без предупредување, како бегство од општеството во кое живееме и неговата неивеинтивност – што ќе си дозволам да го окарактеризирам како вознемирено и болно  и што, од време на време,  ми дава неискажлива желба да побегнам на другата страна на светот за да се сокријам таму некаде, далеку од сè, заштитен од ограничувања и противречности,  помеѓу едноставни луѓе кои се задоволни од едноставен и скромен живот.

Додека влегував во бистрото, забележав една ситна русокоса како седи во еден агол. Изгледаше дека  сите момци зјапаат во неа. Седнав на масата пред неа, која беше слободна.

Поминав покрај, загледувајќи ја, надведнувајќи и  воодушевувајќи се на нејзиното полу – отворено деколте.  Беше внесена во нејзиниот мобилен телефон, праќајќи пораки некому.  На тркалезната маса лежеше голема, малку подотворена жолта чанта која вриштеше од нередот внатре кој можев да го забележам.

Покрај торбата имаше чаша бело вино и под еден метален пепелник неколку натрупани сметки кои чекаа некој да ги плати. По се изгледа оваа убава девојка направила многу нарачки. Скришно ме погледна, додека ја ставав јакната на задниот дел од столот. Беше загледана настрана и како да ми се потсмеваше кога се појавив. Си се врати на својот паметен телефон и продолжи да си типка со двата палци еден по друг на екранот.

Седнав вртејќи ѝ се со грбот.  Од ранецот извадив бележник  А4 формат и пенкало. Од местото каде што седев,  можев да размислувам за толпата минувачи кои минуваа низ улиците и за кои обично пишувам во моите текстови.

Добив инспирација и почнав да редам неколку зборови. Речениците се формираа една по една, пасусите следеа еден по друг, страниците поцрнуваа. Бев во креативен занес,  морав да признаам дека ретко сум имал таква инспирација да пишувам.

По некое време, во еден од тие моменти на размислување, својствен за секој писател, слушнав едно „Еј!“ кое дојде одзади. Се освестив, ги тргнав мислите – барем, за некое време – и ја свртев главата.

„Што пишуваш? Писател си?“ –  ме праша  убавата русокоса што ја забележав кога пристигнав.

Овој пат, таа зјапаше во мене, право во очи и планираше да започне разговор.  Едвај и да изустив едно да, вознемирен од нејзината аура што ме заслепи. Ме маѓепса во истиот момент со  нејзините смарагдно зелени очи.

„Што, да? Дали си писател?“ – ме праша строго. За да се соочам подобро со неa, се свртив наназад потпирајќи се на задниот дел од столот на кој седев.

„Да, тоа е тоа. Работам на роман.“  Веднаш штом завршив со изговарање на таа реченица, видов дека зениците на девојката почнаа да светкаат.

Таа скокна, ги зграпчи пијалакот и чантата. Тогаш,  торбата удри во пепелникот и трите сметки што требаа да се платат летнаа на земја. Ми се чинеше дека ниту најмалку не размислуваше да ги плати.

Направи неколку чекори за да се приближи и во тој момент открив дека е вистинска секс-бомба, прилично ниска,  околу метар и педесет сантиметри. Нејзините две ракети сигурно со величина од  95 корпа Д, можеби и  малку повеќе. Откако се восхитував на горниот дел, ја спуштив главата за да ги видам нејзините бутови.

Нејзиното кратко пастелно сино здолниште беше само малку подолу од нејзиниот задник. И каков задник! Добро парче, многу мрсничко. Нејзината долга руса коса се слеваше до задникот. Нозете и беа топ. Беше женска која би сакал да ја легнам.

„Сакам писатели. Тие се толку имагинативни … Дали ќе ти пречи ако седнам ? Досадно ми е сама. Бившиот ме изнервира. Ми праќа смешни СМС-пораки и  се правда дека не дојде на состанок и ме остави сама. Каков шупак! Се колнам, машките… Навистина, понекогаш тешко ми е да ве разберам. Па, не го велам тоа за тебе, дури и не те познавам. Но, генерално …Се сложуваме, нели? Мислам, ме разбра .“

Хипнотизиран гледав како девојката се смести на столчето спроти мене на мојата маса и почна да зборува бесмислено. Не можев да сфатам што се случува. Тонот на нејзиниот глас беше пријатен за слухот, многу мулозвучен,  различен од енергијата која ја озрачи оваа девојка. „Па кажи ми сè, за што пишуваш? ” Малата русокоса ме проголта со нејзините големи зелени очи, како да е фасцинирана. Усните и светеа, молеа некој да ги бакне и да ги исцица.

Дури и не чекав да ѝ објаснам за што станува збор во мојата приказна, а малата русокоса веќе се потпираше над моето рамо, обидувајќи се да го дешифрира она што го имав напишано на мојот лист ишкртан со шрктаници и стрелки во повеќенасоки што ги користев за поврзување na делчињата  од урамени и нумерирани текстови. „Какви шкртаници има на вашиот лист, навистина не е лесно да се разбере што пишува…“

„Ова се претежно идеи и белешки што ќе ги средам дома, ќе ги препишувам и ќе им дадам структура за да станат разбирливи пасуси.“

 

The writer & the filmmaker

La version traduite en anglais de la nouvelle L’écrivain & la cinéaste est désormais disponible sous le titre : The writer & the filmmaker. Traduction de Kim Whatley.

Extrait :

Some Sunday afternoons I like to kill time in a local bar not far from where I live. There I watch people go by in the street and write. I write a bit about everything, especially human relations. I am inspired by snatches of people’s lives that I happen to overhear, and I write about their gestures and tics. I also draw upon the more theatrical elements in the lives of my friends or from my own experiences. In recent years, writing has become indispensable to me. It presented itself one day without warning as an escape from the sterility that I saw in contemporary society, that made me feel anxious and sick, and filled me an unspeakable desire to flee to the other side of the world to hide, far away from everything, free from constraints and contradictions, with simple people satisfied with a humble and modest life.

As I entered the bar, I noticed a girl with resplendent blonde hair sitting in the corner. A lot of guys seemed to be looking in her direction. In front of her was a free table, the one I immediately chose to get comfortable at.

I walked past, briefly checking her out and kept on moving, admiring her plunging neckline. She was absorbed in her mobile phone, texting I don’t know what to I don’t know who. On the table was a large, bright yellow handbag, half open, revealing the mess inside. Next to the bag was a glass of white wine and several bar tickets waiting to be settled, piled up under a metal ashtray. The pretty little thing seemed to have placed a lot of orders. She glanced at me furtively as I hung my jacket on the back of the chair in front of her, looking away and pretending not to notice me every chance she got, then she turned her attention back to her phone and her thumbs began dancing once again over the screen.

With my back towards her, I sat down. I took an A4 notebook and ballpoint pen out of my backpack. From where I was sitting, I could see the crowd of passers-by in the street – valuable raw material for my writing.

Inspiration struck and I started to string a few words together. Sentences gradually formed, paragraphs followed one after another, blank pages darkened. I was on a roll; I had to admit that it wasn’t always like that.

After a while, in one of those deep moments of reflection known to every writer, I heard a ‘hey!’ come from behind me. I came to my senses, filed my thoughts away, at least for a while, and turned my head.

“What are you writing? Are you a writer?” asked the pretty blonde I had spotted when I arrived.

This time she was staring at me straight in the eyes and was determined to strike up a conversation.

I answered her with a weak ‘yes’, disturbed by her dazzling aura. Her emerald green eyes had completely bewitched me.

“So, yes? You’re a writer, aren’t you?” she asked in a vehement tone.

To better face her I swivelled round, leaning against the back of my chair.

“Yes, that’s it. I’m working on a novel.”

As soon as the words left my lips, I saw her pupils start shining. She jumped up, grabbing her drink and handbag. The speed of the gesture caused the bag to hit the ashtray and the three bar tickets still waiting to be paid fluttered to the floor. It seemed to me the last thing on her mind was paying her tab.

 

El escritor y la cineasta

La version traduite en espagnol [colombien] de la nouvelle L’écrivain & la cinéaste est désormais disponible sous le titre : El escritor y la cineasta. Traduction de Eduardo Jimenez.

Extrait :

Algunos domingos por la tarde me voy a un bar del barrio, no lejos de casa, a matar el tiempo. Allí observo a la gente que anda por la calle y escribo. Escribo de todo un poco, sobre todo sobre las relaciones humanas. Me inspiro en los fragmentos de vida cuando escucho lo que hablan las personas en la calle; me fijo en sus gestos lo mismo que en sus tics. Incluyo también algunos elementos dramáticos de lo que le ha pasado a mis amigos, o de experiencias que yo he vivido. Desde hace unos años escribir se ha vuelto para mí algo indispensable. La escritura se me presentó un día, sin previo aviso, como una escapatoria a lo estéril que me parecía nuestra sociedad contemporánea—que me permitiré caracterizar como angustiosa y enfermiza— y que en ocasiones lo único que me inspiraba era el deseo irrefrenable de huir al otro lado del mundo y de esconderme allí en algún lugar lejos de todo, libre de ataduras y de contradicciones, para vivir entre gente sencilla que se contente con una vida humilde y modesta.

Apenas entré al bistró, noté a una nenita de cabello rubio platinado sentada en un rincón. Había unos cuantos tipos que parecían estar mirando en su dirección. Frente a ella había una mesa libre, que de inmediato escogí para instalarme.

Pasé junto a la nenita, la miré por un momento y de paso admiré su generoso escote. Ella estaba absorta en su celular, enviando quién sabe qué textos a quién sabe quién. Sobre la mesa, de forma redonda, tenía entreabierto un gran bolso de un amarillo chillón. Pude distinguir el desorden de lo que tenía adentro. Junto al bolso había una copa de vino blanco y varias notas de cobro del bar, pendientes de pago, pisadas por un cenicero metálico. Esta linda muchachita parecía que había hecho ya varios pedidos. Mientras colocaba mi chaqueta en el respaldo de la silla frente a ella, me lanzó una mirada disimulada, haciendo como que miraba hacia otro lado y como burlándose de mi presencia, luego metió la cabeza de nuevo en su smartphone y nuevamente sus dos pulgares comenzaron a teclear en la pantalla.

Me senté dándole la espalda. Saqué de mi morral un cuaderno formato A4 y un bolígrafo. Desde donde estaba podía ver los muchos transeúntes que pasaban por la calle —precisamente la materia prima de lo que escribo.

Respiré profundamente y comencé a llenar las hojas de palabras, luego de frases, los párrafos se iban sucediendo uno tras otro, las páginas se iban llenando de trazos. Estaba inspirado; tenía que admitir que no siempre era así.

Poco después, en uno de esos momentos de reflexión propios de todo escritor, escuché un “¡hey!” que venía de detrás de mí. Volví a la realidad, aparté mis pensamientos —al menos por un instante—, y volví la cabeza.

“¿Qué estás escribiendo? ¿Eres escritor?” La bonita rubia que había visto al llegar me estaba preguntando.

Esta vez, era ella la que me miraba fijamente a los ojos, buscando iniciar una conversación.

Le respondí con un débil sí, perturbado por su aura que me deslumbró. Con sus ojos verde esmeralda me acababa de hechizar.

“¿Que sí? ¿Tú eres escritor, no es cierto?”, preguntó con tono vehemente.

Para poder verla de frente, me di vuelta apoyándome en el respaldo de la silla en la que estaba sentado.

“Sí, en efecto. Estoy trabajando en una novela.”

Tan pronto terminé de pronunciar esta frase, vi que las pupilas de la chica comenzaron a brillar. Se levantó de un salto, tomando su bebida y su bolso. Al hacerlo, el bolso golpeó el cenicero y las tres notas de cobro que estaban sobre la mesa fueron a dar al suelo. Me pareció sin embargo que pagarlas era la menor de sus preocupaciones.

 

O escritor e a cineasta

La version traduite en portugais [brésilien] de la nouvelle L’écrivain & la cinéaste est désormais disponible sous le titre : O escritor e a cineasta. Traduction de Jayme Mathias Netto.

Extrait :

Nas tardes de domingo, eu mato o meu tempo em um bar local não muito longe da minha casa. Eu observo as pessoas na rua e escrevo. Eu escrevo um pouco sobre tudo, especialmente sobre as relações humanas. Eu me inspiro em trechos da vida das pessoas e de quem ouço falar, noto seus gestos, bem como seus trejeitos. Também extraio elementos dramatúrgicos dos meus amigos ou das minhas próprias experiências. Nos últimos anos, a escrita se tornou indispensável para mim. A escrita se apresentou para mim num dia sem aviso prévio, como numa fuga da esterilidade que eu estava concedendo à nossa sociedade contemporânea — a qual eu caracterizo como provocadora de ansiedade e doente — e que, de tempos em tempos, só me dava um desejo inexprimível de fugir para o outro lado do mundo para me esconder em algum lugar, longe de tudo, livre de constrangimentos e contradições, com pessoas simples e satisfeitas com uma vida humilde e modesta.

Ao entrar no bistrô, notei uma gata de cabelos loiros em chamas sentada no canto. Muitos homens pareciam estar olhando em sua direção. Na sua frente, uma mesa estava livre, aquela que eu escolhi imediatamente para me sentar.

Passei pela gata, olhando por um tempo, segui em frente, admirando suas belíssimas curvas. Ela estava absorvida pelo seu celular, enviando mensagens de texto e coisas do tipo para sei lá quem. Na mesa redonda tinha uma bolsa enorme, amarela e brilhante, que estava semiaberta. Eu pude ver toda a bagunça que tinha lá dentro. Ao lado da bolsa tinha uma taça de vinho branco junto com várias notinhas de bar esperando para serem pagas e que foram empilhadas num cinzeiro de metal. A linda garota parecia ter feito muitos pedidos. Ela me olhou furtivamente enquanto eu colocava meu casaco na parte de trás da cadeira na mesa em frente à dela, ela estava olhando para longe e desprezando a minha presença, depois ela olhou para seu smartphone novamente com seus dois polegares tocando a tela.

Eu me sentei de costas para ela. Tirei um bloco de notas e uma caneta da minha mochila. Eu podia contemplar a multidão de transeuntes na rua de onde eu estava— matéria-prima para os meus textos.

Tomei fôlego e comecei a escrever algumas palavras. Frases formadas pouco a pouco, parágrafos seguidos uns dos outros, páginas rabiscadas. Eu estava em um bom momento e admito que nem sempre foi assim.

Depois de um tempo, em um daqueles momentos de reflexão que são intrínsecos a todo escritor, ouvi um “ei!” vindo de trás de mim. Recuperei meu estado, afastei meus pensamentos — pelo menos por um tempo — e virei minha cabeça.

“O que você está escrevendo? Você é escritor?”, a loirinha que eu tinha visto quando cheguei me perguntou.

Desta vez, ela estava me encarando diretamente nos olhos e tinha a intenção de iniciar uma conversa.

Respondi com um fraco sim, perturbado por sua aura que me deslumbrava. Com seus olhos verdes esmeralda, ela tinha acabado de me enfeitiçar.

“É isso, não é? Você é escritor, não é?” ela me perguntou em tom veemente.

Para melhor encará-la, eu me curvei ainda mais, encostado na cadeira em que estava sentado.

“Sim, é isso mesmo. Estou trabalhando em um romance.”

Assim que terminei essa frase, vi as pupilas daquela gata começarem a brilhar. Ela se levantou, pegou sua bebida e sua bolsa. No movimento, a bolsa bateu no cinzeiro e as três notinhas a serem pagas caíram no chão. Parecia que a ideia de pagar aquilo era a menor de suas preocupações.